Trabalho muito, mas com qualidade?

“Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve.”

Mateus 11: 28-30

Certa vez fui entregar muitos currículos vitae há muitas escolas na cidade em que eu morava. Estava cheia de expectativas, fui a andar de ponta a ponta da cidade orando e pedindo a Deus para que Ele me abençoasse. Nesta época eu era uma menina de uns 20 poucos anos, cheia de vida alegre e feliz, ia pouco à igreja mais sempre tinha muita fé. Até que fui chamada para uma das escolas mais importantes da cidade. Permaneci lá durante 10 anos da minha vida e o trabalho como qualquer um nunca foi fácil. Tinha os altos e baixos. Depois de 3 anos ali tornei-me evangélica e frequentei uma igreja em frente a praia. Afastava-me da igreja, voltava, afastava-me novamente.  Conheci um grupo de jovens de um ministério, eu já estava a trabalhar no mesmo lugar há 8 anos. Frequentei o novo ministério, fui para as células e fui batizada nas águas, ia para igreja, afastava-me, voltava novamente.

Três anos antes da minha saída da instituição de ensino, eu tive uma turminha no qual tinham 3 miúdos que só Jesus na causa. Um deles chegou a ficar transtornado durante a tarde toda, ele até me batia e cuspia. E então ali eu mantinha-me firme com Cristo, pedindo sabedoria, paciência... as teorias que aprendi na faculdade não me adiantavam nada naqueles momentos. Apenas com a prática, amor e carinho para suportar a situação.

Era uma sexta-feira, poderia estar aliviada, mas saí de lá chorando, me sentindo impotente. Peguei a minha moto para retornar a minha casa, que era uma viagem no qual pegava balsa para atravessar da cidade para a minha. Eu estava exausta, muito “stressada”, triste, chateada...

Tinha muitos afazeres ainda para semana seguinte, estava sobrecarregada da semana. Sentia-me triste, mas, ao mesmo tempo, vinha um pouco de paz.

Até que cheguei em casa, deitei na minha cama e lembrei de recorrer a Cristo, chorei mais e mais. Todas as sextas-feiras tinha a célula, então deu-me o despertar de ir, estar com os meus irmãozinhos na presença do Senhor, mas eu estava muito cansada e triste, e só esses sentimentos batiam em mim, até que me levantei. Não poderia aceitar essa situação.

Sai de casa e fui para célula no qual sentei no sofá da casa de um dos jovens, fiquei a escutar aquele louvor tocado no violão e voz, o irmãozinho que parecia o mini Cristo perguntou, se alguém tinha um testemunho. Naquele momento, na situação que eu estava, o que eu iria fazer, pra mim, não iria ser um testemunho, mas fiz um desabafo, recebi orientações de adolescentes, cheios de fé, compaixão e carinho, transbordavam da presença de Cristo, eles eram lindos, aliás, são lindos.

O que quero mostrar aqui?

Que o nosso fardo pode estar pesado, mas recorrei ao nosso Senhor, pois Ele nos aliviará.

Não é fácil lidar com crianças e ainda mais aquele miúdo que tinha uma vida problemática. 

Para estar a trabalhar com a educação e dar-lhe com a educação não só com infantil, mas também com os pais responsáveis tem que ter muito amor, cuidado ao falar e é isso que o nosso Pai nos dá. Ele socorre-nos muitas vezes até quando não sabemos o que fazer.

Dei muito amor para aquele menino, mas ele não tinha o amor de mãe suficiente, da família. 

Durante os 10 anos realizei-me (naquela instituição de ensino) e fui bem reconhecida. Foi um sonho realizado no qual nem imaginava.

Deus se fez presente o tempo todo mesmo com muito trabalho, na alegria ou na tristeza eu encarava tudo com sorriso no rosto, passando aos meus colegas e amigos o que realmente tínhamos que ter, que é a paz de Cristo reinando em nós.  

Na nossa vida, teremos muitos momentos cansativos, angustiantes, tristes e pesados nos quais estaremos sobrecarregados, mas vamos compartilhar isso com Cristo, mesmo que o nosso Pai veja, Ele sabe de tudo, Ele quer que clame, desabafe com Ele, 

e então na sua oração diga:

(exemplo de oração)

- Aba Pai, obrigada pelo o que estou a passar, sei que daqui tirarei muitas lições, mas cuida de mim, dê-me forças, capacita-me para ultrapassar barreiras, dê-me sabedoria para que eu possa enfrentar tudo isso. Oro também pelos meus irmãos que estão a minha volta, tende piedade de mim e deles, misericórdia de nós, pois estamos muito cansados. A cobrança vem como uma avalanche o tempo todo. Que o Senhor cuide dos meus chefes e superiores, dê a eles discernimento para lhe dar comigo e com os demais amigos e colegas de trabalho.

E digo-te mais...

Muitas vezes fui chamada atenção sobre o meu trabalho para que eu me empenhasse mais e mais. Até que então a minha avó, na verdade, avó do meu marido, mãe de criação dele uma Senhora muito simpática e fervorosa em Cristo, ou seja, a minha sogra disse:

Ao passar por repreensões no trabalho, por ser chamada atenção diga a Deus: - Aquieta o leão!

Pois, não é que dava certo.

O “leão” passava por mim furioso e irritado com as outras funcionárias, mas quando ele se deparava comigo, abaixava até a cabeça.

Todas as vezes que eu tinha que entrar na sala das minhas superiores, eu orava antes até mesmo dentro da casa de banho. 

É assim que temos que ser e fazer, o tempo todo.

Se estivermos a ir a caminho do trabalho, oremos!

Se estivermos a ir para uma reunião, oremos!

Se estivermos nos direcionando aos nossos chefes e superiores, oremos!

“O amor sacrificial de Jesus busca o melhor de nós e para nós”